domingo, 4 de maio de 2014

ANÍBAL CAVACO SILVA

Apontamentos sobre o seu percurso político: 

Conotado com a polícia política do regime anterior, do qual existe uma ficha preenchida pelo próprio, que diz não se lembrar:

Em 1980-1981 foi nomeado Ministro das Finanças e do Plano no governo da Aliança democrática (PSD+CDS+PPM) chefiado por Sá Carneiro. Com a morte deste, recusa-se a integrar o nono governo chefiado por Pinto Balsemão.

Em 1987 obtém a maioria absoluta e é eleito Primeiro Ministro. Para além de ter projetado e construído estradas em todo o país, projetou a Ponte Vasco Da Gama e a Expo 98.

Em 1989 Cavaco Silva recusou atribuir uma pensão a Salgueiro Maia por serviços excepcionais e relevantes. 20 anos depois homenageou o mesmo Salgueiro Maia no 10 de Junho.

Em 1992, e depois da recusa de atribuir pensão a Salgueiro Maia, atribui a 2 inspectores da PIDE pensões por serviços excepcionais e relevantes (in DR 2ª Série, de 15/4/92 - Desp Conj A-22/92-XII, de 27/3/92).

Cavaco Silva foi accionista da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) detentora do Banco Português de Negócios (BPN) entre 2001 e 2003, altura que ainda não era Presidente da República. Ao sair teve um ganho de 147,5 mil euros. A sua filha Patrícia também teve acções da SLN e lucrou ainda mais ao sair: 209,4 mil euros.

Em 2006 é eleito Presidente da República com os votos da direita, cumprindo 2 mandatos.

Em 2009, num discurso, pergunta “O que é que é preciso fazer para que nasçam mais crianças em Portugal?

Em Junho de 2010 recusa-se a ir às exéquias de José Saramago, o único prémio Nobel da literatura de Portugal.

No mesmo ano (2010), numa votação na ONU, votou contra a libertação de NELSON MANDELA.

Cavaco Silva decide prescindir, a partir de 1 de Janeiro de 2011, do seu vencimento... 6.523 euros. A decisão surge depois da aprovação da legislação que põe fim à acumulação de pensões com vencimentos do Estado a partir de 1 de Janeiro deste ano. Cavaco acumula duas pensões, a de professor catedrático na Universidade Nova de Lisboa e a de reformado do Banco de Portugal, que totalizam cerca de dez mil euros por mês.

Em 24 de Setembro de 2011, visita a Ilha Graciosa, nos Açores e afirma depois de contemplar vacas a pastar: "Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando para o pasto que começava a ficar verdejante”.

Em 2012, durante as comemorações do 5 de Outubro, enquanto Presidente da República, hasteou a Bandeira Nacional invertida.

Em Maio de 2013, após a aprovação da 7ª avaliação pela Troika, referiu “Penso que foi uma inspiração da Nossa Senhora de Fátima. É o que a minha mulher diz”.

Perante alguns rumores sobre a invasão das Ilhas Selvagens, Cavaco Silva decide visitá-las e dormir lá uma noite.

Em Maio de 2013, Miguel Sousa Tavares no contexto dum comentário que faz na SIC, chamou-lhe “palhaço”. Em consequência foi-lhe movido um processo crime, que o bom senso mais tarde mandou arquivar.

O orçamento da presidência são 16 milhões de euros anuais, um valor 163 vezes superior à presidência de Ramalho Eanes, gastando o chefe de Estado luso o dobro do rei de Espanha (8 milhões), mas ficando muito para trás quando comparado com Nicolas Sarkozy (112 milhões de euros) e pela rainha de Inglaterra, Isabel II (46,6 milhões de euros). Cavaco Silva faz-se rodear de um regimento de quase 500 pessoas.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013


Apetece-me roubar-te um beijo a meio da tarde.

Raptar-te para um passeio apaixonado pelo jardim.

Ver o pôr-do-sol contigo. Simples!

Quero roubar-te.

A ti e a um beijo teu.

Em Paris.

Deixas?

segunda-feira, 4 de março de 2013

Manuel Joaquim Frutuosa Fernandes


Hoje, dia 3 de Março de 2013, morreu mais um amigo meu: o Manel Alentejano. Morreu novo porque sempre disse que preferia viver um ano à sua vontade, do que 100 anos à vontade dos outros. Partiu porque sempre quis ser livre, pautou a sua vida por valores que eram os seus. Foi um amigo que nunca esqueci, embora me tivesse magoado.

 Fomos uma família, os nossos filhos foram criados lado a lado. O Manel adorava crianças e as crianças interagiam com ele. Será sempre recordado pelo facto de nunca se ter integrado na sociedade. A sua mãe era o seu pilar, que, enquanto viveu, de alguma forma conseguiu transmitir-lhe algum equilíbrio na vida.

O Manel partiu e não deixou mais nada, além da saudade. Viveu intensamente mas sofreu as agruras e partidas que a vida lhe pregou. Foi amigo à sua maneira e desprezou todas as regras que a sociedade impõe para as relações sociais.

Fico com saudades tuas, Manel, das açordas alentejanas às tantas da manhã na tua casa, dos fados, da Taverna d’el Rey, da Ericeira, do teu carinho com os meus filhos, dos momentos bons que passámos juntos e sobretudo da amizade de muitos anos que ambos comungámos.

De tudo o que entre nós se passou, apenas retiro o que foi bom, pois é isso que prevalece, pois é isso que conta. Fico com a mágoa, que é minha, de nunca mais termos conversado sobre o que nos separou. Mas uma coisa é certa, nesta hora, apenas posso escrever: sempre fui teu amigo e sempre te recordarei como tal. Tenho pena de não te ter dado aquele último abraço.

Adeus Manel para sempre.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O BRILHO DOS TEUS OLHOS

Parto sózinho por caminhos incertos
Sem destino
Enfrento a noite
Á procura da madrugada
Olho uma estrela
E vejo nos teus olhos um brilho novo
Duma luz que nos cega e nos devolve
 
O teu olhar é tão profundo
Que me atinge a alma
Que rasga a noite
Num clarão demasiado intenso
Porque os teus olhos falam
E dizem o que quero ouvir
Porque os teus olhos
Nunca mentem
 
Por isso é neles que me reencontro
quando estou perdido

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ESTA PÁGINA EM BRANCO

ESTA PÁGINA EM BRANCO
É TUDO O QUE RESTA DE TI, DE MIM
ESTA VOZ QUE ESTREMESSE
QUANDO DIZ DEVAGAR QUE CHEGOU O FIM
NOSSOS OLHOS QUE SE ENCONTRAM
COMO QUEM SE DESPEDE SEM PRESSA DE PARTIR
E DE NOVO NA MEMÓRIA
UM PASSADO SEM HISTÓRIA
QUE VIVEU DE FINGIR
 
O QUE RESTA DE NÓS
É ESTA DOR FRIA QUE NOS DEIXA SÓS
A SEMENTE QUE MORREU
POUCO ANTES DE GERAR UM FILHO EM NÓS
FOSTE EMBORA MEU AMOR
E EU FIQUEI AQUI PARADO
A OLHAR O QUE HÁ-DE VIR
À ESPERA DE UM CAVALO
OU DE UM BARCO QUE PASSE
PARA TAMBÉM EU PARTIR
QUEM PARTE DEIXA SEMPRE UMA PARTE
DEIXA SEMPRE UM PEDAÇO DO QUE CONSTRUIU
QUEM FICA NÃO ESQUECE OS ABRAÇOS
DO AMOR QUE PARTIU
QUEM FICA, FICA SEMPRE CALADO
FICA SEMPRE SENTADO
COM O PEITO AO FRIO
                                                                                                                                   GUSTAVO MATOS SEQUEIRA

sábado, 3 de novembro de 2012

Para recordar uma figura ímpar da nossa cultura e tão esquecida, deixo estas palavras escritas por JORGE DE SENA

Sinais de fogo, os homens se despedem, 
exaustos e tranquilos, destas cinzas frias. 
E o vento que essas cinzas nos dispersa 
não é de nós, mas é quem reacende 
outros sinais ardendo na distância, 
um breve instante, gestos e palavras, 
ansiosas brasas que se apagam logo.


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Amigos de agora e de sempre


Todos nós gostamos de trocar opiniões e vivências, o que nos faz sociáveis. Quantas mais pessoas conhecemos, mais ricos ficamos.

Temos amigos novos, com os quais sabe bem desabafar, conversar, sabe bem confiar, mas nesta vida feita à pressa, esquecemos os velhos amigos, aqueles que fizeram parte da nossa infância.

Talvez existam apenas no nosso imaginário, porque não nos cruzamos na vida quotidiana, amigos que nos marcaram e que são inesquecíveis.

É pena tanta amizade se resumir nisto, porque tudo acaba aqui, porque, embora não queiramos, só nos vamos reencontrar num qualquer evento desagradável até chegar o nosso fim. Como dizia o poeta, “o que fomos o fizemos não chega para ser cantado”.

Amigos, um grande abraço.


Carlos Nobre

NO MEU TEMPO

No meu tempo, o casamento era fruto do amor entre duas pessoas de sexos diferentes. Agora deixou de ser. Acabo de saber que o amor não existe apenas entre um homem e uma mulher. Esta geração descobriu que o conceito de amor é muito mais lato. Existe também entre dois homens ou entre duas mulheres. Então toca de arranjar meios legais, apadrinhados pelo nosso presidente, para que um homem possa casar com outro homem e uma mulher possa casar com outra mulher.

Na natureza as fêmeas acasalam com os machos, salvo nos casos de hermafroditismo. Agora provou-se que a natureza nem sempre tem razão.

Mas esta geração impõe um limite: embora considere o amor como um conceito muito mais abrangente que a geração anterior, só pode acontecer entre seres humanos. Quem pense que pode casar com o cão ou com o gato (ou com o burro), tire daí a ideia. Ainda que goste mais do animal do que de qualquer ser humano.

Como o Estado constitucionalmente se considera ateu, há que contemplar também na lei o casamento polígamo, já que, "Na sua origem, o ser humano é polígamo", conforme confirma a famosa sexóloga Erika Morbeck, bem como o casamento grupal. O respeito pela liberdade de pensamento impõe, igualmente, a sua legalização.

No meu tempo, os rapazes apaixonavam-se pelas raparigas e sonhavam com o dia em que se uniam pelo matrimónio. Era o dia mais feliz das suas vidas. Concretizavam, assim, o sonho de uma vida e nascia o fruto do amor que dedicavam um ao outro: os filhos.

No meu tempo …

Ai que saudades desse tempo!

C.Nobre [8/JUN/2010]

O FUTURO DO PENSAMENTO ECONÓMICO

Todos os diagnósticos económicos actuais encontram-se padronizados pelo pensamento económico neoclássico. Existe claramente uma tendência para uniformizar o pensamento económico, tornando-o desinteressante, o que pode colocar em causa a existência da Economia como disciplina autónoma, substituindo-a por outros ramos da ciência.

São notórios os avanços nas ciências do conhecimento humano e assustadores os avanços tecnológicos, alterando os comportamentos sociais, enquanto que as teorias económicas passaram mais ao domínio da literatura do que à ciência.

A necessidade de interligar a economia com outras áreas tem vindo a ser incentivada na atribuição de alguns prémios Nobel, nomeadamente, em 1991 a Ronald Coase, cujo trabalho se situou entre a Economia e o Direito, em 1992 a Gary Becker, premiando o desenvolvimento no campo da análise dos mais variados aspectos do comportamento humano, em 1993 a Robert Fogel, no campo da História Económica e principalmente em 1988 ao ser laureado o indiano Amartya Sen, pelas suas contribuições para a economia do bem estar (1), situando o prémio no limite entre a Economia e a Filosofia.

A análise empírica, o desenvolvimento da economia experimental e a aliança com outras ciências sociais, trarão certamente novos contributos para o bem estar dos povos, descapitalizando o que é humano e humanizando o capital. Ou não fosse esse o objectivo da economia: a satisfação das necessidades humanas através da distribuição equilibrada dos bens produzidos, tendo em conta a realidade dos povos e das suas culturas.

C.Nobre (2000)

(1) Para medir o desenvolvimento de uma economia é imperioso levar em conta, para além dos indicadores tradicionais, o Índice de Desenvolvimento Humano e o Índice de Pobreza Humana.